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Texto original de Flavio Barollo e Wellington Tibério
O QUE DE FATO PODE SE FAZER PELO RIO GRANDE DO SUL?
Além da assistência que precisa ser dada a todas as famílias atingidas pelas cheias no Rio Grande do Sul para reconstruir suas vidas, que é urgente, a gente precisa ir ao cerne da questão, que é combater o sistema econômico devorador de ecossistemas, a lógica desenvolvimentista e as escolhas políticas neoliberais. A urgência climática de hoje em dia não tolera mais políticas anti-meio ambiente e anti leis ambientais. Ter um discurso em favor da natureza aparentemente pode ser defendido por todo mundo, mas é preciso notar nas entrelinhas o que é maquiagem e o que de fato são ações em defesa do planeta. Deveria ser decretado o fim da carreira política de muitos que representam o atraso, representantes do agronegócio, do setor industrial e extrativismo mineral, etc. Eduardo Leite, no começo de seu mandato, flexibilizou o Código Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul, que foi criado em nove anos de discussões com especialistas, e ele em um ano permitiu por exemplo que cada propriedade se auto declarasse apta quanto às leis ambientais, sem fiscalização alguma, eliminou a obrigatoriedade de estudos de impacto ambiental para obras públicas, flexibilizou ações econômicas no solo do Pampa sem autorização do órgão ambiental, permitindo degradação de áreas naturais e habitats de espécies nativas, flexibilizou manejo de Áreas de preservação permanente (APPs), manejo de florestas nativas e áreas de conservação no Estado, que ajudam justamente a prevenir a erosão, protegem cursos d'água e conservam a biodiversidade, fauna, flora, enfim, uma lista enorme de erros e mais erros. Essa flexibilização libera construções em áreas que alagam, eliminam vegetação que poderia drenar a água e tornar o solo menos propenso a deslizamentos, incentivam o desmatamento e diminuem a capacidade de fiscalização.
Essas ações prejudicam, obviamente, a mitigação natural e ambiental de possíveis tragédias que estão se intensificando neste século XXI.
Eduardo Leite privatizou por exemplo em 2019 três empresas antes estatais, a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), Sulgás e a Companhia Riograndense de Mineração, mesmo caminho do governador Tarcísio em São Paulo, com EMAE, Sabesp.
A prefeitura de Porto Alegre já há algum tempo tem recebido denúncias de sucateando e redução de quadro de funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) da cidade com o objetivo de mostrar que o Estado é “ineficiente” e que, portanto, é preciso Privatizar a empresa.
Curioso que o Governador de São Paulo mandou ajuda para o Rio Grande do Sul por meio da Sabesp, o que só é possível enquanto a mesma ainda é pública. Logo ela deixará de ser, e sua administração se dará apenas pautada pelo lucro. A Enel privatizada por exemplo não fez nada no Rio Grande do Sul.
Esse pensamento neoliberal precisa ser atacado, não tem mais espaço para esse tipo de política, porque nós que não somos investidores, donos das empresas, fazendeiros, não fazemos parte da elite do capital, nós somos pessoas propensas a nos tornarmos refugiados climáticos, atingidos e atingidas pelas tragédias climáticas, como está acontecendo com a população dessas cidades do Rio Grande do Sul alagadas. As populações, principalmente as mais pobres, ficam muito expostas. A falta de políticas públicas, de moradias dignas e seguras, bem como a garantia de leis ambientais e mitigação de catástrofes, fazem com que as tragédias climáticas atinjam exatamente a população mais vulnerável. Racismo ambiental e injustiças socioambientais. O agronegócio destrói a natureza e acumula a riqueza gerada com a expansão das monoculturas e pastagens, a tragédia ecológica vem e atinge principalmente os mais pobres, versão contemporânea do princípio capitalista de apropriação privada do lucro e socialização do prejuízo. O Governo Federal destinando bilhões para a reconstrução do Estado.
É o mesmo princípio dos crimes praticados em Mariana e em Brumadinho, é o mesmo descaso como o ocorrido em São Sebastião. A Vale destrói, fica impune, e depois finge reparação e compensação econômica pelas vidas e da destruição ecológica. Prioriza-se a expansão da exploração, o atendimento ao mercado de capitais, o lucro de investidores, e a vida das pessoas atingidas depois se tenta reparar de algum jeito, como se isso fosse possível. O dinheiro que surge após as tragédias tinha que surgir antes, para evitar o absurdo.
Nesse cenário é preciso que haja uma revolta popular no âmbito ambiental, em prol do encerramento da carreira de políticos como Eduardo Leite, Tarcísio, tantos outros no Congresso que representam o atraso aprovando leis que promovem a destruição ambiental. Não haverá crise de consciência para essa classe. Enquanto a gente não entender que o próximo refugiado climático seremos nós e que a gente precisa de uma nova mentalidade política ecossocialista, continuaremos arrasando vidas, destruindo a nossa condição de existência até a extinção da espécie. Se uma mudança radical não acontecer, mesmo, quem ganha com esse sistema, cedo ou tarde, perderá.
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Nas redes sociais:
🚫🏭 Reflexão sobre a sanha neoliberal que acomete o Rio Grande do Sul 🌊⚠️
A partir de texto de Flavio Barollo e Wellington Tibério, no nosso blog (link na bio)!
🌊⚠️ Além da assistência urgente às famílias afetadas pelas cheias no RS, precisamos combater o sistema econômico que devora ecossistemas e as políticas neoliberais. A urgência climática não tolera mais essas políticas anti-meio ambiente.
🚫🏭 No início de seu mandato, Eduardo Leite flexibilizou o Código Ambiental do RS, eliminando fiscalizações e estudos de impacto. Isso permitiu a degradação de áreas naturais e habitats, prejudicando a mitigação de tragédias ambientais.
💡🌿 Privatizações de empresas essenciais, como CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração, seguem a mesma lógica. A prefeitura de Porto Alegre também sofre com o sucateamento do DMAE, visando justificar a privatização.
🏢🛑 A falta de políticas públicas e moradias seguras expõe as populações mais vulneráveis às tragédias climáticas, evidenciando o racismo ambiental e injustiças socioambientais. O agronegócio destrói a natureza e enriquece poucos, enquanto os mais pobres sofrem.
💬✊ É urgente uma revolta popular para encerrar a carreira de políticos que promovem a destruição ambiental. Precisamos de uma nova mentalidade política ecossocialista. Se não agirmos, todos perderemos.
Roteiro do vídeo:
- Introdução às Enchentes
- Crítica ao Sistema Econômico
- Flexibilização do Código Ambiental
- Privatizações
- Fala neoliberal de Eduardo Leite sobre doações
- Consequências para Populações Vulneráveis
- Tragédias da Vale
- Chamado à Ação
🔄 Esta é a hora de exigir mudanças, de promover uma revolta popular no âmbito ambiental e de encerrar as carreiras de políticos que negligenciam nosso futuro. Não seremos os próximos refugiados climáticos! ✊🌍
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